Já imaginou um mundo onde a mineração de ouro deixa o mercúrio no passado e usa uma árvore da Amazônia como solução? Ou onde a energia é armazenada em dispositivos superavançados feitos com grafeno impresso em 3D? Parece coisa de filme, mas é exatamente isso que a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) está trazendo pra mesa. Nesta quarta-feira (19/03), no segundo dia da Expo & Conferência Amazonas Óleo, Gás & Energia, realizada no Centro de Convenções Vasco Vasques, em Manaus, a Fapeam abriu as portas pra mostrar projetos que podem mudar o jogo nos setores de mineração, energia e sustentabilidade. E olha só: o público pode ver tudo isso de pertinho!
A exposição, que rola até amanhã (20/03), tá acontecendo no bairro Flores, zona Centro-Sul da capital amazonense, e é uma chance única pra conhecer o que os pesquisadores apoiados pela Fapeam tão cozinhando. De soluções ecológicas pra mineração até tecnologias futuristas pro armazenamento de energia, o estande da fundação tá cheio de ideias que misturam inovação com um olho no meio ambiente. Vamos mergulhar nessa história?
Um evento que respira inovação
A Expo & Conferência Amazonas Óleo, Gás & Energia não é só uma feirinha qualquer. Organizado pelo Governo do Amazonas, através da Secretaria de Estado de Energia, Mineração e Gás (Semig), junto com o Sebrae, o evento reúne mais de 40 empresas expositoras, simpósios, arenas de inovação e até rodadas de negócios. É um verdadeiro hub pra quem quer trocar ideias, conhecer tecnologias de ponta e, quem sabe, fechar parcerias que vão impulsionar o estado.
No meio disso tudo, o estande da Fapeam se destaca como um espaço onde a ciência ganha vida. Os visitantes podem bater papo com os pesquisadores, ver demonstrações ao vivo e até levar mudinhas de plantas pra casa — sim, isso mesmo! É um jeito de mostrar que a pesquisa não fica só no laboratório; ela impacta o mundo real, das comunidades ribeirinhas até as grandes indústrias.
Pau-de-balsa na luta contra o mercúrio
Um dos projetos que tá dando o que falar é o estudo sobre o potencial biotecnológico da pau-de-balsa (Ochroma pyramidale). Coordenado pela professora Marta Regina Silva Pereira, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), esse trabalho tá mostrando que uma árvore comum na Amazônia pode ser a chave pra revolucionar a mineração de ouro. Como assim? O extrato das folhas dessa planta consegue separar o ouro de outros minerais com uma eficiência de cerca de 80%, jogando o mercúrio — que é tóxico e polui rios — pra escanteio.
A pesquisa faz parte do Programa de Apoio à Pesquisa de Inovação Tecnológica – Redes de Pesquisa em Mineração Sustentável (PAP-INTEC/Mineração), e os resultados são impressionantes. “A gente conseguiu desenvolver um método que não só é eficiente, mas também é mais seguro pra quem trabalha na mineração artesanal e pra natureza”, conta Marta, que é doutora em Botânica. Durante o evento, os visitantes puderam ver o processo em ação, com demonstrações do extrato na forma líquida e liofilizada, além de pôsteres explicando cada etapa.
Mas não para por aí. O projeto também botou a mão na massa pra ajudar comunidades ribeirinhas em Manicoré, a 332 km de Manaus. Foram implantados 14 viveiros florestais pra reflorestar áreas degradadas, trazendo benefícios ambientais e econômicos pra região. “Com o apoio da Fapeam, a gente uniu forças com a Universidade Federal de Rondônia, a UFRJ e o Instituto Militar de Engenharia. Essa parceria foi essencial pra fazer o projeto decolar”, explica a professora.
E tem mais: quem passou pelo estande ainda levou mudas de pau-de-balsa pra casa. É o tipo de coisa que deixa a ciência mais próxima do dia a dia das pessoas, sabe?
Por que isso importa?
A mineração de ouro artesanal, comum na Amazônia, muitas vezes usa mercúrio pra separar o metal precioso dos sedimentos. O problema? Esse processo contamina rios, afeta a fauna e prejudica a saúde de quem vive por perto. Substituir o mercúrio por uma solução natural como o pau-de-balsa é um passo gigante pra tornar a atividade mais sustentável. Além disso, reflorestar áreas degradadas ajuda a combater o desmatamento e fortalece as comunidades locais. É o famoso “ganha-ganha”.
Grafeno em 3D pra armazenar energia
Se o pau-de-balsa já te impressionou, segura essa: outro destaque da Fapeam é o projeto de dispositivos de armazenamento de energia feitos com grafeno impresso em 3D. Liderado pelo professor Leandro Aparecido Pocrifka, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o estudo quer criar eletrodos eficientes e sustentáveis pra usar em coisas como celulares, carros elétricos e até operações offshore.
O grafeno, pra quem não tá familiarizado, é um material superleve, forte e condutor. Quando impresso em 3D, ele vira a base pra supercapacitores — dispositivos que armazenam energia de forma rápida e duradoura. “Nosso objetivo é desenvolver algo que seja viável economicamente e ecológico, substituindo materiais tradicionais que são caros e poluentes”, diz Leandro, que é doutor em Ciências Exatas e da Terra.
No estande, o público pôde ver os eletrodos impressos de perto e entender como eles são feitos. “A gente quer mostrar que essa tecnologia tem potencial pra atrair investidores e inspirar novos pesquisadores”, completa o professor. O projeto faz parte do Programa de Apoio à Ciência, Tecnologia e Inovação em Áreas Prioritárias – CT&I Áreas Prioritárias, e o apoio da Fapeam foi crucial pra comprar equipamentos e formar estudantes.
Onde isso pode chegar?
Imagina só: supercapacitores de grafeno podem alimentar sistemas de energia em plataformas de petróleo ou dar um gás (com o perdão do trocadilho) na transição pra veículos elétricos. É uma tecnologia que não só resolve problemas práticos, mas também abre portas pra parcerias com empresas do setor energético. Durante o evento, o time de Leandro aproveitou pra fazer contatos e trocar ideias com especialistas da indústria.
A força da Fapeam por trás dos projetos
Nada disso estaria acontecendo sem o empurrãozinho da Fapeam. A fundação é tipo uma ponte que liga pesquisadores, universidades e o mundo real. Com programas como o PAP-INTEC e o CT&I Áreas Prioritárias, ela financia estudos, compra equipamentos e incentiva a colaboração entre instituições. Resultado? Projetos que saem do papel e ganham vida, como esses que tão brilhando no Vasco Vasques.
“O apoio da Fapeam não é só financeiro. Ele cria um ambiente onde a gente pode ousar, experimentar e levar a ciência pra além da sala de aula”, diz Marta Regina. Já Leandro destaca outro ponto: “Sem essa estrutura, seria muito mais difícil mostrar nossos resultados pro mundo e atrair quem pode transformar essas ideias em negócios.”
Por dentro da Expo & Conferência
A Expo & Conferência Amazonas Óleo, Gás & Energia é um evento pra quem quer ficar por dentro do que tá rolando no setor. Além dos estandes, tem palestras, debates sobre sustentabilidade e até uma área pra startups mostrarem suas ideias. É o tipo de lugar onde você pode esbarrar num pesquisador genial ou num empresario querendo investir na próxima grande inovação.
E não é só pra quem tá no ramo. O público geral também pode circular, aprender e se inspirar. Quer um exemplo? As mudas de pau-de-balsa distribuídas no estande da Fapeam viraram um sucesso entre os visitantes, que levaram um pedacinho da ciência pra casa.
O que vem por aí?
A exposição da Fapeam no Vasco Vasques é só o começo. Os projetos apresentados têm potencial pra crescer e impactar não só o Amazonas, mas o Brasil e o mundo. O pau-de-balsa pode virar um padrão na mineração sustentável, enquanto o grafeno em 3D pode alimentar a próxima geração de tecnologias energéticas. E tudo isso com um toque amazônico, mostrando que a floresta é muito mais do que madeira e rios — é um celeiro de soluções.
Pra quem perdeu o evento, ainda dá pra acompanhar as novidades no site da Fapeam. Lá, você encontra mais sobre os projetos, os editais abertos e como se envolver com a pesquisa no estado. Quem sabe você não vira parte dessa história?
Vamos conversar sobre isso?
E aí, o que achou dessas ideias? Acha que o pau-de-balsa pode mesmo mudar a mineração ou que o grafeno vai ser o futuro da energia? Deixa seu comentário aqui embaixo e bora trocar uma ideia! Se você tá em Manaus, ainda dá tempo de dar um pulo no Vasco Vasques até amanhã (20/03) pra ver tudo isso ao vivo. E se não der, fica de olho nas redes da Fapeam pra mais novidades. O futuro tá batendo na porta, e ele tem cara de Amazônia!